Palestra gratuita - Gestão Cultural de Resultados - iniciativas independentes



Caro amigo do Instituto Volusiano!!

Venham e passem a palavra: o Instituto Volusiano tem o prazer de convida-lo para uma palestra gratuita com o empreendedor, curador e ativista de Amsterdam Martijn Crowe.


Palestra gratuita, terça, dia 2 de Julho, 20 horas. Rua Heitor Penteado 1971 (nova Unidade 2, a 700 metros do Metrô Vila Madalena)

Gestão cultural de resultados
iniciativas independentes

Tópicos sugeridos: (palestra em inglês)
- breve apresentação do palestrante
- relato sobre seus projetos, incluindo negócios, ativismo, arte e a Fundação Doing Dreams
- suas visões sobre estratégias de negócio e gestão de equipes
- gestão de resultados aplicada a iniciativas independentes ou sem fins lucrativos

Professor de antropologia cultural e autor de diversos livros sobre gestão, arte e filosofia, Martijn Crowe fica na "ponte aérea" São Paulo/Amsterdam e mistura em seu currículo atividades como artista, curador, escritor e empreendedor. Suas iniciativas vão desde o investimento imobiliário até a Doing Dream Foudation, passando pela arte urbana e questões sociais dos sem-teto.

Não perca a oportunidade de dialogar com este incomum profissional!!

Pedimos a gentileza de confirmar presença por este email.
assessoriamulti@gmail.com

Obrigado!!
Ricardo Ramalho
gerente
Instituto Volusiano

Curso Filosofia do Design _ 06/07






Dias 06/07 a 24/08/2013

das 18h30 às 21hs, aos sábados

Valor: R$ 290,00 à vista 
           R$ 160,00 parcelado em 2 vezes

com Marcos Beccari


Conteúdo:

Diante da crescente instrumentalização do conhecimento em design, promovida tanto no ambiente acadêmico quanto no mercado de atuação profissional, é inevitável a aparente contradição entre duas impressões recorrentes: a de que design cumpre um papel superficial e efêmero na sociedade, e a de que nunca antes o design foi tão valorizado por essa mesma sociedade. Este lugar de “ainda-não-ser” que nos coloca a dinâmica do design já tem chamado atenção de alguns filósofos contemporâneos, tais como Vilém Flusser, Jean Baudrillard e Peter Sloterdjik. Embora os designers, em sua maioria, ainda não conheçam a leitura filosófica sobre design, é notável entre eles a emergência de inquietação e interesse em filosofia. Este curso tem o intuito de construir esta ponte entre filosofia e design.

Plano de Aulas

Aula 1
Apresentação do conteúdo. Panorama histórico dos estudos em Filosofia do Design, dentro do design (Ken Friedman, Terence Love, Per Galle, Nigel Cross) e forado design (Jean Baudrillard, Vilém Flusser, Jean-Pierre Boutinet, Bruno Latour, Peter Sloterdjik). Definição de trabalhos a serem desenvolvidos no decorrer do curso.

Aula 2 
Introdução à história da Filosofia, com ênfase no percurso contemporâneo. Filósofos gregos, filosofia medieval, Descartes, Espinoza, Hume, Kant, Hegel, Nietzsche, Freud, Marx, Husserl, Escola de Frankfurt, Merleau-Ponty, Heidegger, Foucault, Deleuze, Derrida. 

Aula 3 
Introdução às ciências humanas. Epistemologia, ontologia e metafísica, filosofia da linguagem, estética, antropologia e psicologia. O foco da aula reside nos conceitos de real, imagem e mediação, procurando com isso contextualizar autores já explorados no campo do design (Saussure, Barthes, Peirce, Gombrich etc.).

Aula 4 
Design como paradigma. Teorias do design e panorama histórico sobre a pesquisa em design: William Morris, Beatrice Warde, Gui Bonsiepe, Max Bense, Victor Papanek, Paul Rand, Ellen Lupton, Rafael Cardoso. Discussão em sala sobre a construção histórica do conceito de design. Levantamento de tópicos de debate: ética, mercado, arte, consumo etc. 

Aula 5
Design como problemática filosófica. Introdução à Filosofia do Design enquanto disciplina promovida por Terence Love e demais colaboradores do periódico Design Studies. Introdução à Filosofia do Projeto: Jean-Pierre Boutinet, Bruno Latour, Peter Sloterdjik.

Aula 6 
Vilém Flusser. Introdução aos principais temas explorados pelo autor. Imagem, texto e imagem técnica; símbolos, códigos e modelos; história e pós-história, língua e realidade. Discussão em sala sobre novas mídias (leitura complementar de Arlindo Machado), ontologia do projeto, tecnologia e interação.

Aula 7
Jean Baudrillard. Introdução aos principais temas explorados pelo autor. O sistema dos objetos, trocas simbólicas, funcionalismo e automatismo, consumo, real e virtual, hiper-real, simulacro e simulação. Discussão em sala sobre design e consumo, sociedade do espetáculo, estruturas proto-semânticas e design pós-moderno.

Aula 8 
Apresentação dos trabalhos. Discussão em sala sobre os trabalhos apresentados pelos alunos, indicação de leituras complementares e desdobramentos potenciais.

Avaliação 

Presença mínima em 75% das aulas, trabalho individual (apresentação oral e
escrita).

Materiais necessários:
- Material para anotações

Público alvo
Iniciantes (sem pré-requisitos), preferencialmente relacionados ao campo do design (estudantes, pesquisadores e profissionais).


Marcos Beccari
Designer gráfico e mestre em Design pela UFPR e doutorando em Educação na USP. Interessa-se por Filosofia, Psicologia e Comunicação, o que o levou a pesquisar sobre Filosofia do Design e a encarar o design como articulação simbólica na mediação ficcional entre o sujeito e o real. Além de atuar como professor e pesquisador, coordena o blog Filosofia do Design, integra o podcast AntiCast e colabora com outros blogs/revistas de design e comunicação. Confira 
filosofiadodesign.com


Inscrições: assessoriamulti@gmail.com
                 tel.: +55 11 999522440



Dias 06/07 a 24/08/2013


das 18h30 às 21hs, aos sábados

Valor: R$ 290,00 à vista 
          R$ 160,00 parcelado em 2 vezes



Esse curso ocorrerá na unidade II - Rua Heitor Penteado - nº 1971


CANCELAMENTOPelo Instituto Volusiano por falta de quorum, será devolvido 100% do valor pago. O aviso poderá ser feito em até 48h antes do início do curso. Só devolveremos 70% do valor total do curso em caso do cancelamento pelo aluno até 48h antes do inicio da atividade.  


formas de pagamento

Túlio Tavares em exposição dia 25 de Junho de 2013 -Terça

Abstração


Uma exposição quando bem concebida não requer curadoria. Quando existe diálogo entre todos os envolvidos, quando existe interesse na promoção da arte contemporânea emergente, quando existem critérios no espaço, quando existe uma genuina vontade de desenvolver a carreira do artista e assegurar uma exposição generosa ao público, o resultado é bom para todos. Embora a figura de um curador, em geral, agregue valor a exposição e eles sejam relevantes em grandes organizações, não é sempre necessário dar tanto destaque a uma figura que pode ser coadjuvante. Estamos particularmente contentes com esta exposição porque fomos agentes do processo, incentivamos vigorosamente o artista a executar estas pinturas, que nunca teriam sido feitas, pelo menos tão cedo, se não fosse nossa insistência com o amigo. As pinturas apresentadas lembram logo de cara Pollock, o que revela coragem em seguir esta referência, mas Túlio Tavares não joga tintas de maneira oportunista porque faz pinturas gestuais há mais de 15 anos, dentre outros inúmeros projetos cutting edge. Ainda assim tem sua própria técnica, diferente do dripping: usa jatos de bisnaga e espalha tintas com as mãos, num gesto ritualístico e de imersão na matéria. Agradeço a todos que acreditam na Aberta Galeria, em particular Túlio Tavares, a Karen Keppe, Rogério Borovik e Samira Br.

Ricardo Ramalho





Túlio Tavares 
      

Túlio Tavares recentemente inaugurou o novo MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro) com uma instalação de co-autoria com diversos coletivos que trabalharam em ocupações. Ele coordena o coletivo Nova Pasta, que agrega diversos artistas. Mistura em seu portifólio desenhos, pinturas, vídeos, fotografias, produção de performances políticas, intervenções urbanas, performances, manipulações da mídia, projetos curatoriais e mostras de arte contemporânea em espaços oficiais e alternativos.


Políticas de Inscrição, Desistência, Reembolso e Cancelamento dos Cursos


POR FAVOR LEIA COM ATENÇÃO



  • A vaga do participante no evento somente será confirmada após a devida comprovação de pagamento pela instituição financeira.
  • Em caso de desistência, o CANCELAMENTO de uma inscrição somente poderá ser realizado mediante solicitação por e-mail.
  • Aviso com 7 (sete) dias ou mais de antecedência: devolução integral do valor investido em até 30 (trinta) dias ou troca por inscrição em evento de igual valor, a critério do participante.
  • Aviso com 2 (dois) a 6 (seis) dias de antecedência: devolução de 50% do valor investido em até 30 (trinta) dias.
  • Menos de 48 horas de antecedência: Não há devolução do valor investido nem troca por inscrição em outro evento.
  • O CANCELAMENTO e/ou MUDANÇA DE DATA pelo Instituto Volusiano, pode ocorrer quando o número mínimo de inscritos não for atingido e pode ser comunicado com 24 horas de antecedência antes do início do curso. Em caso de CANCELAMENTO, o valor pago será restituido em 100%.
  • A ausência ou atraso do participante no(s) dia(s) do evento, sob qualquer hipótese, não dará direito a bonificação, desconto ou transferência de inscrição.
  • O certificado será emitidos e enviados por email ao participante com presença maior ou igual a 75% da carga horária total da atividade inscrita.



Em caso de dúvidas, por favor entre em contato conosco
11 3862 - 8590   ::   11 999 522 440

Plano de aulas completo do curso de Curso de Introdução aos Estudos sobre Consumo

Dias 07/09 a 12/10/2013

das 18h30 às 21hs, aos sábados

Valor: R$ 420,00 à vista 
Ou 2x  R$ 230,00 

com Marcos Beccari



Aula 1

Introdução geral e breve história do consumo

O consumo já é algo tão evidente para nós que raramente paramos para pensar como se estabeleceu essa cultura ocidental globalizada que muitos classificam como “de consumo”. Mas o que será que caracteriza uma sociedade como “sociedade de consumo” (supondo que esta seja uma expressão razoável)? Consumir não é, afinal, uma prática de todas as sociedades humanas (pelo menos consumo de água e comida)? Ou será que só devemos chamar de consumo práticas que envolvem compra? Se for assim, nossa sociedade seria mais “de compra” que que “de consumo”? Enfim, como podemos compreender o termo “consumo”?

Ao longo da aula, abordaremos questões como: em que momento histórico se consolidou uma “sociedade de consumo”? E antes disso o que é que havia, uma sociedade “de produção”? Qual a relação entre consumo e capitalismo? Qual a relação entre a consolidação de uma sociedade de consumo e a emergência de campos como o da publicidade e do design? Ou ainda entre a consolidação de uma sociedade de consumo e novas formas de se pensar o espaço urbano, novas tecnologias, novos movimentos éticos e estéticos? Este último ponto será melhor desenvolvido na próxima aula.


Referências introdutórias
CARRASCOZA, J.; SANTARELLI. Um olhar de descoberta na Paris da Belle-epóque. Comunicação, mídia e consumo, v. 3, n. 9, 2007. Disponível em: http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/88.
BECCARI, M. A dúvida do mercado. Revista Ciano, vol. 2, n. 1, 2012, p. 88-116. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/a-duvida-do-mercado/.
BECCARI, M. Fantoches nem sempre alienados. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/fantoches-nem-sempre-alienados/.

Referências de base
McCRACKEN, G. Culture and consumption.
WILLIAMS, R. H. Dream worlds: mass consumption in late nineteenth-century France.
BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica.
SCHULER, F.; SILVA, J. M. da. (orgs.) Metamorfoses da cultura contemporânea.
BACCEGA, M. A. (org.) Comunicação e culturas do consumo.
FERREIRA-SANTOS, M.; ALMEIDA, R. de. (orgs.) Cinema e contemporaneidade.
BAUDRILLARD, J. A sociedade do consumo.

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Aula 2 

Consumo, ética e estética

A consolidação da sociedade de consumo está diretamente relacionada a importantes alterações nos costumes e nas sensibilidades dos atores sociais. Percepções, narrativas, dinâmicas de pertencimento/exclusão e novos modos de estar-no-mundo são fatores que revestem a produção social de sentido e modificam o território cultural. Nesta aula levantaremos algumas das questões éticas e estéticas que permeiam tais mudanças: em que medida nosso “gosto pessoal” define ou contraria o que se considera “belo”? De que forma a concepção do que é “belo” influencia a noção de “certo” e “errado”? Até que ponto nossas interpretações do que vemos e do que vivemos são absolutamente individuais, próprias e originais? Quais são as fronteiras entre informação e opinião, leitura e interpretação, publicidade e ficção? De que maneira os valores e representações sociais instauram ou fragmentam nossa localização enquanto “personagens” do mundo?

Compreenderemos, deste modo, de que modo a complexa ideia de consumo está fortemente associada às percepções de mundo, seja enquanto práticas concretas, seja como mecanismos simbólicos, seja como sistemas de crenças capazes de oferecer lógicas mediadas de comunicação e de agenciamento cultural. O consumo será aqui apresentado, portanto, como possível dinâmica sensível e estruturante na produção de subjetividades, o que também implica afirmação de identidades, estratégias de visibilidade, alteridade e eroticidade para com o Outro, aceitação social e distinção individual etc.


Referências introdutórias
PORTUGAL, D. B. A estética: considerações filosóficas na direção de um design inútil. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/a-estetica/.
BECCARI, M. Narcisismo ou o talento de rir por não haver talento algum. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/narcisismo/.
SAFATLE, V. Falar de si mesmo lá onde não há mais si mesmo. Canal CPFL-Cultura no Vimeo [vídeo]. Disponível em: http://vimeo.com/52152626.

Referências de base
BAUDELAIRE, C. Sobre a modernidade.
BAUDRILLARD, J. Da sedução.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura.
CAMPBELL, C. The romantic ethic and the spirit of modern consumerism.
GIANNETI, E. Vícios privados, benefícios públicos.
ROCHA, R. de M. Comunicação e consumo: por uma leitura política dos modos de consumir. In: BACCEGA, M. A. (org.) Comunicação e culturas do consumo. São Paulo: Atlas, 2008, p. 119-131.
SAFATLE, V. Corpos Flexíveis e Práticas Disciplinares. In: BACCEGA, M. A. (org.) Comunicação e culturas do consumo. São Paulo: Atlas, 2008, p. 147-165.
FREIRE-COSTA, J. O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetáculo.
FEATHERSTONE, M. (org.) Body modifications.

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Aula 3

Abordagens sociopolíticas do consumo

Muitas das primeiras teorias que atribuíram lugar central ao consumo ou à “sociedade de consumo” tendiam a encarar o consumo como uma atividade alienante, que afastava as massas de sua liberdade ou de um modo de vida autêntico. A partir do “espírito protestante do capitalismo” (Max Weber) e da “indústria cultural” (Escola de Frankfurt), o consumo tem sido o nome atribuído à expressão mais totalitária do sistema capitalista: uma Ordem baseada na disseminação e achatamento da “multiplicidade” e que vigora através de sua própria descrença.

As questões a serem debatidas nesta aula, pois, envolvem o “desencantamento” do mundo (com a especialização do trabalho) e mistificação/logro da cultura direcionada às massas: como valores como “verdade” e “justiça” são reduzidos a mercadorias intercambiáveis e descartáveis? De que modo os meios de comunicação instauram um tipo único de enunciador de um conteúdo que já não mais importa? Por que nossas condutas e mediações sociais são igualadas em sua distribuição e em uma gestão das “diferenças”? De que maneira o fluxo contínuo de trocas, metamorfoses e equivalências que tudo abarca tenderia a constituir um sistema maior que impõe sua predominância não mais a partir da produção, mas sim da circulação de mercadorias? E haveria no próprio interior deste axioma alguma força de desarticulação de seus limites e de subversão de seus modelos?


Referências introdutórias
MIZANZUK, I.; BECCARI, M.; PORTUGAL, D. B. Anticast 68: a Escola de Frankfurt. In: Anticast [podcast]. Disponível em: http://www.brainstorm9.com.br/34248/anticast/anticast-65-a-escola-de-frankfurt-adorno-e-benjamin/.
SILVA, J. M. da. Debord e o Hiper-Espetáculo. In: Anais do XVI COMPÓS. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/debord-e-o-hiper-espetaculo-por-juremir-machado-da-silva/

Referências de base
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento.
AGAMBEN, G. Profanations.
ARENDT, H. A condição humana.
BAUDRILLARD, J. À sombra das massas silenciosas.
SAFATLE, V. Sobre um riso que não reconcilia: ironia e certos modos de funcionamento da ideologia. Revista Margem Esquerda, n. 5, 2005.
MARCUSE, H. Eros e civilização.
BOURDIEU, P. A distinção.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo.
VIANA, S. Rituais de sofrimento.
ZIZEK, S. Primeiro como tragédia, depois como farsa.

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Aula 4 

Abordagens antropológicas do consumo

Se na aula anterior o consumo foi apresentado como uma máquina social que tende a “coisificar” condutas e mediações humanas, a aula vigente será pautada pela possível dimensão antropológica do consumo: pelas identificações, emoções, escolhas, usos e satisfações como possíveis características de “humanização” dos objetos. Se encararmos o consumo, assim como o casamento ou a formatura, como um tipo de “ritual” de determinada sociedade, podemos pensar em uma personalidade que é “magicamente” transferida ao consumidor (que então vestiria uma espécie de máscara). Neste ritual, muitos agentes acabam desempenhando papéis importantes (a publicidade, o design dos objetos, os discursos morais, as próprias pessoas etc.) na mediação social por meio de símbolos e imagens sempre “atualizados”.

Neste ínterim, portanto, algumas questões podem ser relevantes: o que basicamente diferencia, sob a perspectiva antropológica, o consumo contemporâneo dos rituais ancestrais que envolviam totens, máscaras e magias? Em que medida o consumo pode desatar ou reconciliar a dicotomia entre natureza e artifício? O que a velocidade e efemeridade dos “rituais” contemporâneos de consumo dizem sobre a sociedade em que vivemos? De que modo as mercadorias influenciam e intervém nas relações sociais e no tecido cultural? Como compreender, retomando a aula anterior, o consumo de crenças por meio da descrença do próprio ato de consumir? Pode haver emancipação e profundidade no interior de um sistema de trocas alienante que nos coloca sempre na superfície de sua própria estrutura?


Referências introdutórias
TRAVANCAS, I. Antropologia do consumo. In: Symballein [website]. Disponível em: http://www.symballein.com.br/pt/livros-e-artigos/artigos/110-antropologia-do-consumo-isabel-travancas.
BECCARI, M. Inócua interatividade. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/inocua-interacao/
PORTUGAL, D. B. Resenha: magia e capitalismo. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/resenha-magia-e-capitalismo.

Referências de base
BORELLI, S. H. S.; ROCHA, R. de M.; OLIVEIRA, R. de C. A. (coords.) Jovens na cena metropolitana: Percepções narrativas e modos de comunicação.
BAUDRILLARD, J. A troca impossível.
FLUSSER, V. Pós-história.
PORTUGAL, D. B. A vinculação entre humanos e imagens nas dinâmicas contemporâneas do consumo: totemismo, fetichismo e idolatria. In: Revista Estudos em Design, v. 19.
DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O mundo dos bens.
GRAEBER, D. Possibilities: Essays on Hierarchy, Rebellion and Desire.
SAHLINS, M. Culture and Practical Reason
ROCHA, E. Magia e capitalismo
MCRACKEN, G. Culture and consumption (I e II).
LATOUR, B. Reagregando o social.
CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização.
SENNETT, R. The fall of the public man: on the social psychology of capitalism.

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Aula 5

Abordagens sociofilosóficas do consumo

Após a ascensão do sistema fordiano, passamos de uma economia centrada na oferta a uma economia centrada na procura, substituindo a iniciativa orientada para o produto pela iniciativa orientada para o mercado e o consumidor. Disso decorre a necessidade de diversificar a oferta adaptando-a às expectativas dos compradores, criar sistemas de fidelização, reduzir os ciclos de vida dos produtos através da rapidez das inovações, segmentar os nichos de mercado, favorecer o crédito ao consumo etc. A esta ordem de elevação do consumidor corresponde uma profunda reviravolta dos comportamentos e do imaginário social: a febre do conforto ocupou o lugar das paixões nacionalistas, os lazeres substituíram a “revolução”, sacrifícios universais perderam lugar a sacrifícios mais extremos orientados à melhoria contínua das condições de vida e, enfim, o “bem-estar” ocupa lugar privilegiado entre os “deveres morais”.

Tal conjuntura tem despertado questionamentos filosóficos complexos e muitas vezes paradoxais: o que significa “real” onde já nenhuma experiência escapa às estratégias do marketing e, portanto, onde cada um pode construir a seu bel-prazer a organização do seu tempo, modificar sua aparência e moldar seu modo de vida? De que forma o “ethos” consumista reorganiza o conjunto dos comportamentos, inclusive aqueles que não advêm diretamente da troca comercial? O que significa “liberdade” numa condição em que, quanto mais o consumidor vê o seu leque de opções alargar-se e quanto mais ele possui acesso à informação para “pensar por si mesmo”, mais este consumidor se torna dependente do sistema comercial? Por que temos técnicas e tecnologias de saúde cada vez melhores, mas isso não impede que nos tornemos cada vez mais cronicamente hipocondríacos contra a depressão e o “stress”? Como é possível cultivar e cultuar nossos corpos, numa crescente “emancipação sexual”, se a impotência sexual, a ansiedade e a insegurança alastram cada vez mais pessoas? Como conquistamos uma variedade de prazeres cada dia mais numerosos e frequentes, ao mesmo tempo em que mais pessoas vivem em condições precárias, fazendo do dinheiro uma preocupação simultaneamente obsessiva e efêmera?


Referências introdutórias
BECCARI, M. Prometheus Corporation. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/prometheus-corporation/.
BECCARI, M. As quatro trincheiras de uma guerra sem chão. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/as-quatro-trincheiras-de-uma-guerra-sem-chao/.

Referências de base
BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulações.
__________. A arte da desaparição.
TAYLOR, C. The age of authenticity (In: A secular age)
CAMPBELL, C. The romantic ethic and the spirit of modern consumerism.
FLUSSER, V. O universo das imagens técnicas.
SAFATLE, V. Cinismo e falência da crítica.
LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal
EHRENBERG. O culto da performance.
SLOTERDIJK, P. Crítica da razão cínica.
PORTUGAL, D. B.; BECCARI, M.; SALGADO, J. Seja estúpido: o imperativo trágico da (não) afirmação à vida. In: Anais do III Jornada Red Cobinco. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/77206518/Seja-estupido-o-imperativo-tragico-da-nao-afirmacao-a-vida.
ORLANDI, L. L.; RAGO, M.; VEIGA-NETO, A. (orgs.) Imagens de Foucault e Deleuze: ressonâncias nietzschianas.
ZIZEK, S. Como ler Lacan.
__________. Bem vindo ao deserto do real!
LEARS, J. Fables of abundance.
LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do Eu.

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Aula 6

Debates gerais do consumo

Como as teorias nos ajudam a compreender as dinâmicas contemporâneas do consumo e os lugares do design e da publicidade em tais dinâmicas? Das aulas anteriores podemos concluir que o consumo é um fenômeno multifacetado, passível de vários sentidos, interpretações e julgamentos. Seja como for, sua inegável amplitude no mundo contemporâneo atribui importância social e política cada vez mais maior aos campos do design e da publicidade. Resta-nos questionar, então, em que medida design e publicidade estão submetidos ao mecanismo do espetáculo, orientando ou desorientando condutas sociais, construção de identidades, fazendo delas uma ponte para a autonomia dos indivíduos ou uma reserva a mais de sofrimento e alienação.

Muitos debates poderão ser gerados como desdobramentos das reflexões construídas até então: até que ponto esta ou aquela concepção de consumo não acaba abarcando qualquer coisa, como crenças religiosas e posicionamentos políticos, a “consumo”? Como podemos contemplar o consumo diante da arte e do entretenimento (como no caso do cinema)? Quais facetas e peculiaridades de consumo que surgem a partir dos videogames, da internet e dos dispositivos móveis? De que forma cultivamos a idolatria, seja na solenidade para com as autoridades, seja na veneração de heróis (ou anti-heróis), seja na banalização das celebridades? Em que medida nossos hábitos, preferências e vícios podem ser considerados, de fato, comportamentos de consumo?


Referências introdutórias
BECCARI, M. Consumo ateu e o fetichismo contemporâneo. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/consumo-ateu/.
BECCARI, M. Design, biogenética e a virtualização do real. In: Filosofia do design [website]. Disponível em: http://filosofiadodesign.com/design-biogenetica-e-a-virtualizacao-do-real/.

Referências de base
BAUDRILLARD, J. Tela-total: mito-ironias do virtual e da imagem.
ZIZEK, S. Lacrimae rerum: ensaios sobre cinema moderno.
__________. O amor impiedoso ou sobre a crença.
BECCARI, M. A ficção do real: uma reflexão preliminar, a partir da Educação, sobre o Design no processo de inter-subjetivação. Revista Triades, v. 2, n. 1. Disponível em: http://www.revistatriades.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/12/a_ficcao_do_real.pdf
DERRIDA, J. Limited Inc.
COELHO, J. T. A cultura e seu contrário.
GRAEBER, D. Debt: the first 5.000 years.
VIDAL JUNIOR, I. F. Consumo, Mídia e Clínica: Para uma Genealogia da Elaboração do Trauma de Guerra. In: Anais do I Comunicon.
ROCHA, R. de M.; PORTUGAL, D. B. Sedução, sonhos, fantasma: a erótica das visualidades. In: Revista FAMECOS (Online), v. 19.
PORTUGAL, D. P.; VAZ, P. A felicidade é química e pode ser vendida?: as dimensões éticas e mercadológicas da razão farmacêutica. In: Anais da XXI Compós.
SLOTERDIJK, P. Regras para o parque humano.
LOWE, A.; LATOUR, B. Switching Codes.

Dias 07/09 a 12/10/2013

das 18h30 às 21hs, aos sábados

Valor: R$ 420,00 à vista 
Ou 2x  R$ 230,00 

com Marcos Beccari